As restaurações de amálgama de prata, aquelas com coloração prateada, foram muito comuns no passado e apesar de duráveis, precisam de cuidados e avaliação periódica. Conheça as novas opções e tratamentos!
É difícil encontrar alguém na casa dos 40 anos que, caso tenha alguma restauração nos dentes, apresente um “prateadinho” característico de um tratamento de cárie ou quebra dental. Esse prateadinho tão popular é a amálgama de prata.
O material foi muito difundido no século passado, e teve papel importante na área odontológica, já que unia durabilidade e baixo custo no mesmo produto.
Com o passar dos anos, outros materiais surgiram, e a amálgama foi sendo substituída. Isso porque, além da parte reparadora, a questão estética também passou a ter grande importância para quem buscava uma restauração dentária.
De um tempo para cá a resina e também a cerâmica começaram a ser utilizadas como opção de reparação de fraturas e das cáries. E mais do que isso, passaram a ser uma coadjuvante nas correções e ajustes estéticos do sorriso.
Mas e agora, o que eu faço com as minhas obturações e restaurações de amálgama? Devo trocar?
No nosso artigo de hoje falaremos mais sobre quando e também porque trocar as restaurações antigas é importante.
Boa leitura!
Diferença entre obturação e restauração
Antes de tudo, vamos entender a diferença entre os dois procedimentos, para ficar mais claro o assunto das substituições.
A obturação é o fechamento de um orifício, por isso, não se preocupa com forma ou cor. Basicamente estamos falando aqui de “tapar um buraco”.
Já a restauração é um reparo realizado no dente. Seu objetivo é trabalhar ou devolver a forma, contorno e textura. A necessidade de restauração de um dente pode ser ocasionada por fratura, lesão de cárie ou falha de alguma restauração pré-existente.
Tipos de materiais utilizados
Atualmente há diversos tipos de materiais que possibilitam a reconstrução da parte do dente, seja afetado pela cárie, ou restaurados com amálgama. A principal diferença entre eles está na composição e nos métodos utilizados, assim como a durabilidade e também a aparência.
Os mais comuns são a porcelana e resina. E dentre elas a resina tem apresentado uma excelente aceitação por todas as possibilidades que traz ao tratamento, o que veremos em mais detalhes a seguir.
Mas antes disso, vamos entender um pouco sobre a amálgama de prata e porque devemos considerar trocá-la.
Amálgama de prata e suas consequências
A amálgama de prata é uma liga metálica comumente conhecida. Um material, formado pela junção de mercúrio, estanho, cobre, limalha de prata e foi bastante utilizado no século passado para preenchimentos e restaurações odontológicas, devido à sua resistência e longevidade.
A sua durabilidade é surpreendentemente alta, podendo durar de 30 a 40 anos na boca do paciente. Mas isso não quer dizer que não seja necessário trocá-la ou ainda, fazer o acompanhamento periódico.
O polimento dos trabalhos garante a sua longevidade, logo os retornos para profilaxia aumentam exponencialmente essa longevidade, que é estimada em 10 anos em caso de ausência de manutenção
Riscos para a saúde
No Brasil a amálgama foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Desde 1º de janeiro de 2019, o órgão não autoriza a comercialização, a fabricação ou a importação do material, justamente por conter mercúrio em pó em sua composição, componente tóxico extremamente prejudicial à saúde.
Milhares de estudos já foram feitos sobre os danos ao organismo causados pelo mercúrio presente nas restaurações com amálgama, mas ainda são pouco conclusivos. Enquanto uns demonstram a ausência ou níveis baixos de intoxicação do material, outros relacionam as restaurações com a amálgama a problemas de saúde.
Quando devo trocar?
Apesar de ser um material resistente e longínquo, é preciso estar sempre atento aos problemas que possam surgir com as restaurações.
A avaliação da necessidade deve ser feita pelo profissional, mas podemos dizer que as pequenas restaurações podem – e devem – ser substituídas por materiais mais modernos e esteticamente mais bonitos.
O problema está nas grandes obturações, onde parte do dente foi reconstruído com a liga metálica. Esse deve ser avaliado cuidadosamente por especialistas preparados, pois ao retirar o material de forma errada, o paciente pode perder o que restou do dente, ou ainda passar a sentir muita sensibilidade no local. Aí o procedimento pode não ser vantajoso.
Trocando as restaurações de amálgama por resina
A substituição das restaurações antigas e escuras com amálgama de prata por restaurações com resinas compostas, esteticamente mais bonitas, podem acontecer por dois motivos distintos: problemas na restauração de amálgama por fraturas ou cáries ou por motivos estéticos.
As resinas compostas são materiais plásticos comercializados em diversas cores similares aos dentes naturais. Com elevado potencial estético, permitem simular todos os efeitos ópticos como transparências, fluorescências e detalhes naturais como trincas ou pigmentações.
O material possibilita muita proximidade com a cor do dente original do paciente. Muitas vezes o profissional de odontologia chega a misturar mais de 10 tons para alcançar a cor e a translucidez do dente original.
Atualmente existem resinas que mimetizam e copiam a cor de fundo do dente mesmo com uma cor só sendo trabalhada, mas é essencial ter a cor de fundo bem definida para que isso seja um sucesso.
Até por isso a restauração pode durar de 5 a 10 anos, dependendo do número de retorno do paciente ao consultório. Esse prazo pode chegar ao máximo de 20 anos, mas perde as características de forma, contorno e textura do dente.
Aliás, é importante dizer que apesar das inúmeras possibilidades de tons que o material consegue alcançar, a resina não “aceita” clareamento. Isso significa, que qualquer clareamento dentário deve ser feito antes da aplicação da restauração de resina, para que ela seja moldada de acordo com a cor do dente com clareamento.
É preciso entender também que as restaurações com resina ainda possuem suas limitações, já que não podem ser utilizadas em cavidades muito grandes, ou em reparos de dentes potencialmente fraturados. Além disso, o material pode amarelar com o tempo e se desgastam rapidamente.
A boa notícia é que os últimos anos têm sido bastante promissores às resinas compostas. A introdução de cerâmicas à composição química desses materiais trouxe durabilidade mais próxima à restauração dentária com amálgama.
Se a tendência se mantiver, em pouco tempo teremos resinas compostas com durabilidade igual ou até mesmo superior ao amálgama de prata.
Mas e a sensibilidade?
Essa é uma das questões que mais preocupa muitos pacientes quando o assunto é a substituição de uma obturação ou restauração.
A resposta é simples: se a técnica não for feita corretamente, sim. Por isso é essencial escolher com cuidado o seu dentista.
Para que você possa entender melhor: a decisão a respeito de uma troca de restauração deve ser feita com apoio de uma avaliação radiográfica para entender a profundidade e necessidade da substituição. E muitas vezes pode ser necessário trabalhar com um curativo de espera para a restauração do tecido antes da aplicação do material.
Restaurações são indicadas quando existe um comprometimento de até 40% do dente. Se existem até duas faces do dente comprometidas, existe a possibilidade de moldar ou escanear o dente para produzir a peça fora da boca, garantindo um índice de resistência maior para a mastigação do que uma simples restauração. E quando o comprometimento é superior a 60%, entra em cena a prótese dentária.
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Uma alternativa estética
Muito além de atuar apenas como uma restauração, a resina é atualmente uma opção muito utilizada para trabalhar de maneira fantástica a estética dentária e pequenas intervenções para correção do sorriso.
A posição dos dentes, por exemplo, é um desses casos. E com as tecnologias modernas, você ainda consegue ver o projeto antes mesmo que ele seja feito em resina, para simular qual será o resultado da intervenção. Não é à toa que a faceta está deixando de ser feita em cerâmica e aumentando a utilização da resina.
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A importância do retorno periódico ao dentista
Seja qual for o material utilizado nas suas restaurações dentárias, eles só serão eficazes e duráveis com o acompanhamento e cuidados adequados.
Assim com qualquer outro produto, as restaurações dentárias precisam de reparos e manutenções, para garantir a durabilidade e saúde das mesmas até que chegue o dia da substituição.
Por mais que você tenha uma rotina diária de higiene bucal boa, com escovação e uso de enxaguante bucal e fio dental, há diversos cuidados dentários que podem surgir e evoluir de maneira assintomática.
Sem um diagnóstico antecipado, é comum que eles acabem precisando não só de um tratamento mais complexo, mas também de alguma intervenção cirúrgica.
Por isso, inclua os cuidados com a saúde bucal na sua rotina.
Se está insatisfeito com os dentes e quer fazer pequenas correções com resina ou ainda tirar outras dúvidas a respeito da substituição de suas restaurações, agende uma consulta! Nossos especialistas estão te esperando!